sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sobre a cultura do Facilitismo

A língua Portuguesa é pródiga em adoptar novas terminologias; como tal surge agora a noção de facilitismo. Decidi desenvolver o tema e, após uma pesquisa referente ao termo, deparei-me com a falta de definição própria para o mesmo. Sendo então impossível definir o termo por via do ensinamento que um bom dicionário nos oferece, parti para uma busca pessoal de forma a poder desenvolver o tema. Poderá então classificar-se a palavra como derivação directa da palavra “facilitar” com o sufixo “-ismo”.
Sendo “-ismo” a designação para doutrinas, modos de proceder ou pensar poderá então concluir-se que o termo devidamente contextualizado define uma cultura de aceitação social à ideia de que tudo é fácil.
Os tempos mudaram e como tal, o que outrora era algo difícil de obter, é nos dias que correm uma realidade completamente transformada. Não à muito tempo atrás seria inconcebível considerar que a sociedade tivesse acesso a tantos meios tecnológicos bem como a um tão vasto conhecimento centrado não na experimentação, mas sim no ensinamento. A meu ver a questão do ensinamento pode trazer muitas vantagens pois permite que um maior número de pessoas tenha acesso ao conhecimento o que, inevitavelmente possa contribuir para um maior número de pessoas informadas e aptas a contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Embora esta seja a principal vantagem de um maior acesso de pessoas ao conhecimento, não implica que as pessoas ajam de uma forma crítica perante as questões que se lhes deparam.
Em meu ver é neste ponto que se centra a cultura do facilitismo. O facto de as pessoas não terem um sentido crítico – o que não implica que não o tenham, podem apenas não ser capazes de o demonstrar – contribui para que estas assimilem e aceitem as coisas tal como lhes são apresentadas, ou seja, não questionem nem desenvolvam ideias próprias. Nesta premissa poderá concluir-se que as pessoas possam considerar que tudo é fácil e, a um nível educativo (ou académico) isto implica que a vida possa ser vista como - utilizo aqui a expressão popular “tudo é um mar de rosas”- fácil. Considero que banalizar a vida desta forma poderá ser negativo pois em casos extremos tal idealização (facilitismo) poderá conduzir a que, por inevitável apreensão da realidade, se possa contribuir para os níveis de criminalidade aumentem. Considero que esta noção deve ser pensada pois, em caso contrário, corre-se o risco de que gerações futuras possam deixar de lado valores que sempre existiram.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sobre a Liberdade II

Volto a este tema pois gostaria de tentar perceber que conceito é que as pessoas têm acerca do termo. Assim é porque aparentemente este não tem o mesmo sentido em todas as pessoas, ou seja, quero com isto dizer que aparentemente todas as pessoas entendem que liberdade implica – aplicando aqui a expressão popular – “fazer o que dá na real gana”.
O primeiro ponto que leva ao levantamento da questão prende-se com o facto de, pelo facto de todos nós sermos diferentes uns dos outros, implica claramente que o termo possa de forma natural e inconsciente ser interpretado de forma diferente por um indivíduo X e, ser interpretado de outra forma totalmente diferente por um indivíduo Y. Parece-me que o leitor irá concluir então que esta premissa poderá ser a resposta definitiva à problemática da liberdade. Tem toda a razão em assim pensar pois em verdade assim é, esta é a natureza humana. É na diferença que se constroem identidades e, são estas identidades que desenvolvem acções.
Ora se assim é, então o porquê da questão da liberdade ser levantada?
Parece-me que mais que atribuir a primeira solução para o problema, há que tentar perceber que há algo mais que esta simples resposta. Deixar-se ficar nesta simplicidade é não ter sentido crítico e talvez seja por isso que nos dias que correm se veja tanta apatia perante estas questões.
Voltando ao ponto central, poderia considerar que a resposta surge no facto de a sociedade ter mudado radicalmente, não só a nível social, como ideológico. Todos nós sabemos que a nossa tradição (ou se preferirem cultura) assenta em regras intimamente ligadas a componente religiosa. Mais que as regras sociais, sempre imperaram regras morais. Estas é que contribuíam para a conduta do indivíduo e, este não tinha forma de negar estas regras pois, poderá considerar-se que pela mão da força vinda da religião, preciso era que se aceitassem estas leis. Para tal contribuiu em muito o facto de o País ter vivido grande parte do século XX em ditadura. Ditadura que, associada justamente ao poder – que por si só era como que um fardo – da religião, enjaulava as mentes das pessoas e, perseguia aqueles que ousavam insurgir-se perante tamanho poderio.
Com o 25 de Abril cai o regime e, subsequentemente e de uma forma gradual, o poder da religião em servir como exemplo de ensinamento perde-se. Poderá considerar-se que existe uma ruptura das pessoas para com a religião e, a meu ver, também um distanciamento desta para com as pessoas.
Penso que esta transformação sócio – política pode ser a principal explicação para que na contemporaneidade a liberdade possa ter outros contornos que não os que tinha à algumas décadas atrás.
Olho para o presente e vejo com pesar que o termo está corrompido na sua essência devido a estes dois pontos. Por um lado uma interpretação individual e pessoal deste e por outro uma transformação social que contribuiu para que este se tornasse em motivo de questionamento até que ponto uma total liberdade de um individuo não vem diminuir a liberdade de outro.
Não será esta liberdade excessiva fruto do individualismo e materialismo em que a sociedade mergulhou? Não será que o ensino que hoje em dia temos, em vez de contribuir para consciencializar, esteja em vez disso a criar “máquinas”? Não estaremos a tornar-nos apáticos a estas questões?
Penso que a resposta a estas só poderá surgir de uma consciencialização individual perante as mesmas e, de uma vontade em mudar rumos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009