terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sobre a cultura do Facilitismo

A língua Portuguesa é pródiga em adoptar novas terminologias; como tal surge agora a noção de facilitismo. Decidi desenvolver o tema e, após uma pesquisa referente ao termo, deparei-me com a falta de definição própria para o mesmo. Sendo então impossível definir o termo por via do ensinamento que um bom dicionário nos oferece, parti para uma busca pessoal de forma a poder desenvolver o tema. Poderá então classificar-se a palavra como derivação directa da palavra “facilitar” com o sufixo “-ismo”.
Sendo “-ismo” a designação para doutrinas, modos de proceder ou pensar poderá então concluir-se que o termo devidamente contextualizado define uma cultura de aceitação social à ideia de que tudo é fácil.
Os tempos mudaram e como tal, o que outrora era algo difícil de obter, é nos dias que correm uma realidade completamente transformada. Não à muito tempo atrás seria inconcebível considerar que a sociedade tivesse acesso a tantos meios tecnológicos bem como a um tão vasto conhecimento centrado não na experimentação, mas sim no ensinamento. A meu ver a questão do ensinamento pode trazer muitas vantagens pois permite que um maior número de pessoas tenha acesso ao conhecimento o que, inevitavelmente possa contribuir para um maior número de pessoas informadas e aptas a contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Embora esta seja a principal vantagem de um maior acesso de pessoas ao conhecimento, não implica que as pessoas ajam de uma forma crítica perante as questões que se lhes deparam.
Em meu ver é neste ponto que se centra a cultura do facilitismo. O facto de as pessoas não terem um sentido crítico – o que não implica que não o tenham, podem apenas não ser capazes de o demonstrar – contribui para que estas assimilem e aceitem as coisas tal como lhes são apresentadas, ou seja, não questionem nem desenvolvam ideias próprias. Nesta premissa poderá concluir-se que as pessoas possam considerar que tudo é fácil e, a um nível educativo (ou académico) isto implica que a vida possa ser vista como - utilizo aqui a expressão popular “tudo é um mar de rosas”- fácil. Considero que banalizar a vida desta forma poderá ser negativo pois em casos extremos tal idealização (facilitismo) poderá conduzir a que, por inevitável apreensão da realidade, se possa contribuir para os níveis de criminalidade aumentem. Considero que esta noção deve ser pensada pois, em caso contrário, corre-se o risco de que gerações futuras possam deixar de lado valores que sempre existiram.

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