terça-feira, 5 de maio de 2009

Eles

Eles acordam sabendo que vão sair.
Sabem que o dia é grande, saem alegres.
Correm e buscam algo que não sabem o quê.
E buscam tudo como se o tudo fosse real.

Sabem que têm que ser assim.
Não sabem que são máquinas.
Máquinas, máquinas que se engracham!
Eles ficam velhos de tanto uso.

Eles são felizes na sua tristeza.
Eles buscam nada.
Eles alegram-se com tão pouco,
Eles são nada.

E quando chega o dia ao fim,
Alegres vão eles ao centro.
Plim, plim! Correm rios de ouro.
Um dia acaba-se, outro virá e nada muda.


Miguel Teixeira de Andrade

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