terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sobre a felicidade

Certo dia estava eu em plena biblioteca, estava em mais uma das minhas leituras obrigatórias para o semestre em que me encontrava, levara comigo o portátil para aquelas pausas de leitura. Numa destas pausas comecei a conversar com uma colega de já havia concluído o curso quando senão, o computador foi abaixo. Nada fora de comum pois no local onde me encontrava costumam haver muitas falhas de rede pelo que já não me espanta tal acontecimento.
Naquele momento comecei a pensar sobre como o ser humano depende tanto da tecnologia no seu dia-a-dia e como as coisas haviam evoluído de tal forma a que não possamos passar o dia sem estarmos rodeados de tanto aparelho. Acho esta uma questão pertinente e que certamente já muitos se colocaram. É interessante a forma como vivemos tão dependentes da tecnologia, estamos rodeados por ela quer queiramos quer não porque, desde muito novos somos habituados a depender dela, é algo que tomamos como adquirido quase desde a nascença. Será que esta nos faz mais felizes? Posso concluir por experiência própria que a felicidade que advém do uso destas tecnologias é algo temporalmente efémero. Por outras palavras, sinto que apenas por um curto espaço de tempo é que podemos ser felizes, tempo este referente ao de utilização de uma certa tecnologia. Vejamos um exemplo tão comum. Um indivíduo chega a casa aborrecido com as situações do dia que passou, teve um dia de veras cansativo e não quer nada mais do que do que um bom banho, um jantar quentinho e pouco mais. Muitas vezes faz isto tudo e depois coloca-se em frente à televisão. Pode-se dizer que durante aquele tempo que ali está o nível de felicidade pode aumentar pois pode estar a ver o que gosta seja o que for num dos inúmeros canais à nossa disposição. Outro exemplo da dependência da tecnologia está na forma como nos servimos desta para nos comunicarmos uns com os outros. Caso pertinente de preocupação por minha parte centra-se no caso das famosas salas de chat. Se é verdade que estas permitem-nos muitas vezes entrar em contacto com pessoas de quem gostamos ou que por outros motivos fazem parte das nossas vidas, também não é de descurar a ideia de que as interacções pessoais (refiro-me neste caso à troca de ideias) deixa de ser feita de uma forma humana através da presença física, para ser feita a um nível digital, menos pessoal. Não que se percam estas trocas de ideia, porque continuam a desenvolver-se, apenas é com consternação que denoto que infelizmente o que antes era dado como garantido(encontro frente a frente), hoje encontra-se disponível a um nível abstracto. Obviamente que cada pessoa mede a felicidade de acordo com a ideia que tem desta. Questiona-se apenas a forma como a podemos encontrar e saber se ao a encontrarmos o que fazermos com ela.

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