segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sobre o respeito

Nos dias que correm o respeito é uma palavra que tende a desaparecer do dicionário individual das pessoas, è com pena que constato que tal aconteça pois acho que a minha conduta foi adquirida tendo como premissa este principio tão básico da condição humana.
Inúmeros podem ser os factores que explicam o “desaparecimento” do respeito. Entre eles está certamente o facto de pessoas terem de, ao contrário de tempos idos, dedicarem o seu tempo com a tentativa de alcançar futilidades que outrora eram de todo alcançáveis por apenas alguns pouco privilegiados. Pode-se dizer que até à bem pouco tempo era e todo impensável que os comportamentos humanos se viessem perder pelo simples facto de não haver tanta preocupação com a ânsia de consumismo que hoje em dia nos é bombardeada dia após dia, hora após hora, incessantemente. É incrível como tudo parece fácil quando vemos um qualquer anúncio na TV ou quando, vemos aquele carro dos nossos sonhos a passar-nos mesmo à frente.
É com ideais destes que vivemos hoje em dia. Para quê o amor? Para quê o o respeito? Para quê a amizade? Para quê a compreensão? Para quê ...?
Com tanta preocupação para trabalhar tendo em vista tanta coisa material, já não há tempo para nos preocuparmos com os valores. Chegamos a casa cansados de um longo dia de trabalho, horas intermináveis em filas de automóveis e claro sem esquecer as demoradas filas de caixa de supermercado onde passamos todos os dias, sempre em busca de algo mais que encha a dispensa ou o frigorífico. São estas as coisas que mais desejamos, e porquê? A resposta é simples . Porque estão mesmo à mão de semear. Carros é do mais fácil de se comprar, basta pedir um empréstimo ao banco e em questão de horas vimos pra casa com um carrinho, senão novinho em folha, pelo menos em segunda mão, pois perto de casa existem cerca de 10 ou 20 concessionários da especialidade. Com as compras é exactamente a mesma cantiga, vamos ao supermercado comprar duas coisinhas e acabamos por vir pra casa de carro cheio. É este o conceito de felicidade que temos hoje em dia.
A coisa piora quando estamos no emprego. Começamos novamente um dia, saímos de casa muitas vezes sem sequer termos tempo para um bom pequeno almoço. Não pode ser porque o despertador não tocou! E vai da mesma correria até chegarmos à via rápida que n realidade já não o é por estar congestionada de automóveis (aqueles que tanto ambicionamos e outros). Bichas intermináveis por causa de um acidente que levou mais uma alma para o outro mundo. Coitado, foi fazer contas com o criador. Descanse sua alma em paz!
E chegamos tarde. Desculpa: “foi o trânsito”! O/A chefe não quer saber de desculpas, dois minutos de descompostura e está o sermão dado. Do resto nem vale a pena falar, é tão previsível. E nesta rotina vivemos. E a esta rotina trazemos novas almas, os nosso filhos ( vêm substituir aquelas aquelas que se foram, encarceradas num monte de metal), “vítimas “ deste ciclo vicioso ao qual estamos ligados!Onde estão o respeito, a amizade, o amor, a felicidade , compreensão, ...? Onde estão!?

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